04/06/2017

Comércio Ilegal de Animais Selvagens (Dia do Ambiente 2017)

Hoje, dia 5 de Junho, é o dia do Ambiente. O tema deste ano é o Comércio Ilegal de Animais Selvagens e por isso decidi vir falar um pouco sobre esse assunto que, por acaso, considero muito interessante e de alguma importância.
O comércio ilegal de animais selvagens é a terceira maior atividade clandestina com o objetivo de lucrar em dinheiro, sendo que as duas primeiras são o tráfico de armas e o tráfico de droga.
Os animais são sujeitos a horríveis condições de transporte, pelo que muitos deles chegam mesmo a morrer antes de chegar ao destino.
Todos os anos são retirados mais de 38 milhões de animais selvagens dos seus habitats naturais, de forma ilegal, e são muitas as crias que são retiradas aos seus progenitores para serem vendidas. 
O tráfico interno é, geralmente, praticado por camionistas, motoristas de autocarro e viajantes. O tráfico internacional envolve um grande número de pessoas.
Mas quem compra os animais? Pode parecer inacreditável mas muitos destes animais são vendidos a lojas de animais, a cientistas e até a colecionadores particulares que priorizam espécies raras e em vias de extinção.
O comércio ilegal abrange todo o tipo de animais selvagens mas as principais espécies afetadas são as dos suricatas, primatas, cobras, tartarugas, aves de rapina e aves exóticas como tucanos, papagaios e araras.

Comércio dos Primatas
Muitos primatas como chimpanzés, gorilas e orangotangos são retirados dos seus habitats naturais da África Central e Sudoeste Asiático e comercializados, principalmente, em países da Ásia e do Médio Oriente. São utilizados como atração turística ou para serem exibidos como símbolo de importância social.
Em média, um gorila vale 400 dólares e um orangotango 1000 dólares.
Em alguns países como os Emirados Árabes, Kuwait e Qatar há uma grande procura por filhotes de chimpanzé e gorila. Porém, para a captura de um destes filhotes abatem-se cerca de 10 animais adultos da espécie em causa. O transporte das crias é feito, geralmente, através de bagagens de mão em voos regulares.
Na China estes animais estão destinados a habitar zoológicos ou safaris e na Uganda são utilizados no turismo, sendo que com um único gorila se angaria cerca de 1 milhão de dólares por ano.

Métodos de Captura
- Aves:
  • Redes de neblina - São redes de material sintético que são armadas entre a vegetação (geralmente entre duas árvores) de modo a que fiquem invisíveis. Se a ave chocar com a rede fica presa numa espécie de bolsa que se forma por baixo. Algumas aves ficam presas à rede e o traficante opta por lhes cortar partes do corpo para as retirar. O motivo pelo qual não se cortam as redes é o alto custo do equipamento.
  • Gaiola batedeira - É uma gaiola onde se coloca um individuo da mesma espécie que se quer capturar. Desta forma, este individuo serve de isco para atrair o animal que se pretende capturar. As gaiolas são formadas por alçapões que aprisionam as aves que se aproximam.
  • Visgo e cera depilatória - São adesivos fortes que são colocados nos locais onde as aves pousam. Estas ficam coladas e impedidas de voar. Por vezes, as asas também são coladas e têm de ser cortadas.
  • Arapucas - Armadilha para prender aves que se aproximam em busca de alimento. É uma pirâmide erguida num dos lados por um pau e com alimento em baixo. Quando a ave fica por baixo da pirâmide, o pau é puxado e a pirâmide cai, aprisionando a ave.
- Outros:
Animais como cagados e tartarugas são, geralmente, criados desde a sua eclosão, sendo que os traficantes recolhem os ovos do meio ambiente natural. Por sua vez, as iguanas são capturadas quando se balançam as árvores onde costumam permanecer ou ao serem presas pelo pescoço com linhas atadas a varas e retiradas das árvores.

Espero que tenham gostado da publicação e que tenham ficado mais informados sobre esta realidade cruel, mais uma vez, provocada pelo homem.

Sem comentários:

Enviar um comentário