08/06/2017

Tipos de experimentação animal

A experimentação animal é um dos problemas mais discutidos entre os ativistas e defensores dos direitos dos animais. Muitos animais são utilizados como cobaias para o teste de medicamentos, cosmética ou outras substâncias não testadas, com a finalidade de saber se vão prejudicar ou beneficiar o bem-estar do homem.
Existem vários tipos experimentação ambiental. Hoje, venho referir as principais.
  1. Teste de irritação dos olhos - É utilizado para medir a ação nociva dos ingredientes químicos em produtos de limpeza ou cosmética. Estes produtos são aplicados diretamente nos olhos dos animais conscientes. Os coelhos são os principais afetados, visto serem baratos e de fácil manuseamento. Além disso, possuem olhos grandes, o que facilita a observação de resultados. Os animais ficam contidos em suportes de onde apenas se projeta a cabeça. Este sistema é utilizado de forma a que os coelhos sejam impedidos de arrancar os seus próprios olhos. É comum manterem-se os olhos abertos com o auxilio de clips metálicos. Geralmente, apenas são necessárias 72 horas para se obterem resultados mas o teste pode durar até 18 dias. Durante todo este processo, os coelhos são sujeites a dores extremas, devido à falta de anestesia, provocadas por inflamação das pálpebras e íris, úlceras, hemorragias ou até mesmo cegueira. No fim da experimentação, os animais são mortos para averiguar os efeitos internos das substâncias.
  2. Teste Draize de irritação dermal - Consiste na imobilização de um animal enquanto lhe são aplicadas substâncias na pele raspada ou ferida. 
  3. Teste LD 50 - Tem como objetivo testar e medir a toxicidade de certos ingredientes. Cada teste LD 50 dura alguns dias e utiliza 200 ou mais animais. O teste consiste em obrigar os animais a ingerir determinadas quantidades de substância com o auxílio de uma sonda gástrica. Os efeitos secundários incluem dores angustiantes, convulsões, diarreia, falta de ar, emagrecimento, postura anormal, supuração, sangramento nos olhos , no nariz e na boca, lesões pulmonares, renais e hepáticas e coma. O animal pode morrer por perfuração. As cobaias utilizadas são os ratos, coelhos, cães, gatos, cabras e macacos. No fim do teste, os animais que sobrevivem são mortos. 
  4. Teste de toxidade alcoólica e tabaco - Os animais são obrigados a inalar fumaça ou a ingerir álcool para depois serem dissecados, a fim de estudar os efeitos das substâncias no organismo.
  5. Experimentação de comportamento e aprendizado - É o estudo do comportamento dos animais submetidos a qualquer tipo de privação (materna, social, alimentar, de água, de sono, etc.), submetidos à dor para observação do medo, submetidos a choques elétricos ou submetidos à indução de estados psicológicos ansiosos. Muitos destes estudos são feitos através da abertura do cérebro em diversas regiões para implantação de estimulantes. Um exemplo deste tipo de experimentação é a retiração de uma parte cerebral do animal, sendo que este é depois colocado num labirinto para achar a saída. 
  6. Experimentação armamentista - É o teste de irradiação de armas químicas nos animais. Os animais são expostos a testes biológicos (exposição a insetos hematófagos), testes balísticos (os animais servem de alvo), testes de explosivos, testes de inalação de fumaça, testes sobre a força da gravidade e testes com gases tóxicos. Os animais utilizados são ovelhas, porcos, cães, coelhos, roedores e macacos, sendo que estes são sujeitos a sintomas como vómitos, salivação intensa, perda de sensibilidade e morte. Para piorar a situação, os testes são feitos para a melhoria das armas de guerra e não para aperfeiçoar o tratamento de vítimas de guerra.
  7. Pesquisa de programa espacial - Os animais são lançados ao espaço por meio de balões, foguetes, cápsulas espaciais, mísseis e para-quedas. As cobaias partem ligadas a fios, agulhas e máscaras para que se avaliem os parâmetros fisiológicos. Os mais utilizados costumam ser os cães e os macacos.
  8. Teste de colisão - Os animais são lançados contra paredes de betão. Durante esta prática, morrem muitos babuínos (fêmeas grávidas principalmente). 
  9. Pesquisas dentárias - Os animais são forçados a manter uma dieta rica em açucares durante três semanas ou são introduzidas bactérias nas suas bocas, de forma a estimular a decomposição dos dentes. Depois disso, são submetidos a testes odontológicos. As principais cobaias são os macacos, cães e roedores.
  10. Cirurgias experimentais e práticas médico-cirúrgicas - Cães, gatos, macacos e porcos são utilizados como modelos experimentais para o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas ou aperfeiçoamento das que já existem. Há mutilação dos animais. 
  11. Experimentação animal na educação - Este tipo de experimentação é realizada, maioritariamente, em cursos universitários de Medicina Humana e Veterinária, Odontologia, Psicologia, Educação Física, Biologia, Química, Enfermagem, Farmácia e Bioquímica. As experimentações podem ser ao nível da miografia (estudo das respostas fisiológicas a estímulos elétricos nos músculos retirados de rãs vivas), sistema nervoso (uma rã é decapitada e uma agulha é introduzida na sua espinha dorsal, observando o movimento dos músculos), sistema cardiorespiratório (um cão é anestesiado e o seu torax é aberto para se observar os movimentos dos pulmões e do coração), anatomia interna, estudos psicológicos, habilidades cirúrgicas e farmacologia.

Posto isto, concluo que alguns destes testes são completamente desnecessários face ao facto da evolução tecnológica e cientifica dos dias de hoje. Atualmente, já sabemos em concreto os resultados de muitas destas experiências ou existem alternativas para os testes onde não são colocados animais em sofrimento. Além disso, muitos das substâncias causam determinados efeitos aos animais e efeitos diferentes aos humanos.   

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