Cá estou eu com uma nova publicação! Tardou mas eu não falho! E hoje trago-vos a "lista vermelha de peixes".
A lista vermelha de peixes foi criada pela Greenpeace e é uma lista de espécies de peixes que são vendidas nos supermercados e que, além disso, são provenientes de pescas ou viveiros insustentáveis.
Estas situações são preocupantes pois 88% dos stocks de peixes em águas comunitárias estão sobreexplorados e 90% das populações de grandes peixes (como o atum, o bacalhau e o peixe espada) estão esgotadas. Atualmente só 1% dos oceanos e mares do mundo estão totalmente protegidos, algo bastante preocupante tendo em conta que em terra temos uma percentagem de 11% (também uma percentagem ridícula, no entanto melhor).
Estas situações são preocupantes pois 88% dos stocks de peixes em águas comunitárias estão sobreexplorados e 90% das populações de grandes peixes (como o atum, o bacalhau e o peixe espada) estão esgotadas. Atualmente só 1% dos oceanos e mares do mundo estão totalmente protegidos, algo bastante preocupante tendo em conta que em terra temos uma percentagem de 11% (também uma percentagem ridícula, no entanto melhor).
Lista vermelha de peixes:
- Alabote (Hippoglossus hippoglossus)
O alabote é uma espécie que vive nas profundidades do oceano Atlântico, entre os 50 e os 2000 metros. É um nadador pouco ativo, que captura outros peixes nas profundidades (como bacalhaus) frequentemente. Alimenta-se ainda de cefalópodes e crustáceos pequenos. Está adaptado ao meio em que se inclui, possuindo um corpo achatado onde os dois olhos e a boca se encontram num dos lados, para que, desta forma, o peixe consiga assentar no fundo e ao mesmo tempo alimentar-se e observar o que está por cima. Esta espécie tem um crescimento lento, podendo atingir os 50 anos de idade, e alcança a maturidade reprodutiva entre os 10 e os 14 anos. Chega a ter 4 metros de comprimento e a pesar 320 quilos em média.
O modo de captura baseia-se em redes de arrasto, método que danifica o fundo do mar e cuja taxa de capturas não intencionais é elevadíssima.
Esta espécie faz parte da lista devido à sua captura ser feita, maioritariamente, antes de conseguir completar o seu ciclo biológico.
No Atlântico Noroeste, o alabote está sobreexplorado, sendo que atualmente a biomassa existente é a mais baixa de sempre.
Está classificada como espécie em vias de extinção pela IUCN (International Union for Conversation of Nature) e, por essa razão, os cientistas estão a pedir que se comece a elaborar um plano para conservar a espécie.
Um caso especifico dos alabotes são os alabotes da Gronelândia (Reinhardtius hippoglossoides) que já atingiram o stock de alabotes mais baixo de toda a história.
- Atuns
Os atuns são peixes migratórios e grandes predadores. A sua maturidade demora cerca de 4 anos a ser atingida e a sua longevidade oscila entre os 8 e os 40 anos de idade, dependendo da espécie.
Encontram-se por todo o globo e são capturados através de diferentes métodos: redes de cerco, palangre e matança (forma tradicional de pesca do atum rabilho no Mediterrâneo).
As espécies mais ameaçadas são o atum patudo (Thunnus obesus), o atum rabilho (Thunnus thynnus), o atum do sul (Thunnus maccoyii), o albacora (Thunnus albacares) e o atum voador (Thunnus alalunga). Muitas destas espécies estão a diminuir rapidamente ou encontram-se já esgotadas devido à sua exploração excessiva. O atum rabilho, por exemplo, é já considerado uma espécie em vias de extinção nos stocks do Atlântico.
Só o encerramento da sua pesca poderia alterar positivamente esta situação, porém, estas espécies são também alvo de pesca pirata e de outras atividades ilegais.
O seu desaparecimento dos oceanos poderá ter um efeito catastrófico no ecossistema, uma vez que este peixe ocupa uma posição alta na cadeia trófica, tendo um papel regulador de outras espécies.
- Bacalhau do Atlântico (Gadus morhua)
Apesar do nome, o bacalhau do atlântico não habita apenas no Atlântico, como também no mar Báltico, podendo ser encontrado desde a costa até à plataforma continental.
O bacalhau atinge a maturidade entre os 2 e os 4 anos, ou entre os 5 e os 7 anos para os stocks da Islândia e do mar de Barrents.
Antigamente, era uma espécie que não necessitava de preocupação pois coloca bastantes ovos durante a época reprodutiva e isso contribui para o aumento da espécie. Porém, a taxa de exploração é tão excessiva que ultrapassa a taxa de reprodução da espécie, além de que a maior parte dos bacalhaus é capturada sem antes ser atingida a maturidade. Desta forma, a o numero de indivíduos na espécie tem diminuído bastante em ambos os lados do Atlântico. No Canadá a espécie é já classificada como em vias de extinção. Os únicos stocks que se mantêm estáveis são os da Islândia e do mar de Barents.
São capturados com redes de arrasto.
- Camarões
O camarão alcança a maturidade rapidamente. Tem um ciclo de vida curto e uma alta taxa de reprodução. Estas caraterísticas fazem com que as espécies sejam relativamente resistentes à pressão da pesca.
As principais espécies capturadas são a Parapenaeus longirostris, a Metapenaeus monoceros, a Litopenaeus vannamei e a Penaeus monodon. Capturam-se com redes de arrasto e encontram-se por toda a parte do mundo, sendo também criados através da aquacultura.
Por cada quilo de camarão capturado, pelo menos 10 quilos de outras espécies são capturadas acidentalmente, espécies estas em vias de extinção, como é o caso de tartarugas marinhas que morrem ao serem pescadas juntamente com os camarões.
A aquacultura constitui também um perigo para a biosfera e alguns ecossistemas. Esta atividade está associada a diversos problemas como a destruição de amplas zonas florestas de mangue em muitos países, a captura de crias selvagens para crescimento em aquacultura e o abuso dos direitos humanos da população local.
- Espadarte (Xiphias gladius)
O espadarte é uma espécie migratória, veloz e um grande predador. Encontram-se em todos os oceanos do planeta a uma profundidade superior a 800 metros. As crias alcançam a maturidade por volta dos 5/6 anos e os indivíduos morrem por volta dos 9 anos de idade.
Possui uma posição alta na cadeia trófica, tendo um papel regulador de outras espécies (à semelhança dos atuns).
São capturados, principalmente, através de palangre, técnica com a qual se capturam acidentalmente espécies como tartarugas, aves marinhas e tubarões.
A maioria de stocks de espadarte estão sobreexplorados, sendo que os do oceano Índico já se encontram esgotados. É uma espécie muito sensível à pesca intensa e, por essa razão, está a extinguir-se progressivamente. Outro motivo que contribui para a sua diminuição é a captura antes do período reprodutivo.
- Linguado europeu (Solea Solea)
Este é um peixe solitário que vive entre a lama e a areia do fundo do mar. É semelhante ao alabote pois é achatado e possui os dois olhos e a boca num único lado do corpo, de maneira a conseguir assentar no fundo e a reagir com o meio ao mesmo tempo. Além disso, o seu habitat é também o Atlântico.
Não ultrapassa os 70 centímetros de comprimento e os 3 quilos de peso.
Este animal alcança a maturidade entre os 3 e os 5 anos, podendo atingir os 50 anos de idade.
É capturado, principalmente, através das redes de arrasto.
- Peixe espada branco (Lepidopus caudatus)
O peixe espada branco é oriundo de todos os cantos do Atlântico, das plataformas continentais e zonas onde a profundidade é inferior aos 620 metros, para ser mais exato. É um peixe de crescimento lento e bastante vulnerável à pesca em demasia. Pode atingir os 2 metros de comprimento e pesar até 8 quilos. É pescado através de palangre.
Existem estudos feitos nas ilhas dos Açores em 2000 que concluem uma redução nos stocks de peixe espada branco, pelo que é recomendada a diminuição da sua captura.
- Peixes vermelhos
Sebastes marinus, Sebastes mentella e Sebastes fasciatus são espécies que vivem em profundidades compreendidas entre os 70 e os 1000 metros. O Sebastes marinus e o Sebastes mentella vivem cerca de 75 anos enquanto que o Sebastes fasciatus atinge apenas os 50 anos. São, por isso, espécies de crescimento lento e que atingem a maturidade entre os 10 e 13 anos. Podem variar bastante no comprimento, entre 30 centímetros e 1 metro, com pesos médios que variam entre os 15 e os 25 quilos. Encontram-se no Atlântico e são capturados com redes de arrasto.
Ao ser uma espécie de crescimento lento, com uma vida longa e maturidade tardia, é uma espécie muito sensível à pressão da pesca. Os stocks de Sebastes marinus e Sebastes mentella encontram-se esgotados e Sebastes fasciatus corre perigo de extinção.
- Pescadas
A pescada é um predador insaciável e vive em maior profundidade à medida que cresce, chegando a viver a 1000 metros de profundidade. As crias crescem em zonas costeiras e vão migrando até à plataforma continental enquanto se tornam peixes adultos. Encontram-se no Atlântico e no Mediterrãneo.
É uma espécie pescada através de redes de emanhar, palangre e redes de arrasto. A pesca excessiva prejudica as pescadas devido à sua maturidade demorada (entre os 7 e os 8 anos). As principais espécies afetadas são a pescada branca (Merluccius merluccius), a pescada da Nova Zelândia ou do Chile (Merluccius australis), a pescada argentina (Merluccius hubbsi), a pescada da África do Sul (Merluccius capensis) e a pescada da Namíbia ou do Cabo (Merluccius paradoxus).
No Atlântico Nordeste ainda existem dois stocks de pescada europeia. O stock do sul está esgotado e os científicos recomendam reduzir a sua pesca. O stock do norte está em recuperação depois de ter sido esgotado nos anos 90, época onde a pescada argentina foi sobreexplorada, mas que, felizmente, está a progredir positivamente. No mar Mediterrâneo os stocks encontram-se sobreexplorados atualmente.
- Raias
Existem espécies de raias que podem atingir os 3 metros de comprimento e os 97 quilos. Habitam o Atlântico e todas comem peixes pequenos que vivem no fundo do mar. São seres que possuem uma baixa taxa de reprodução, pelo facto de terem uma maturidade tardia e um crescimento lento. Estas caraterísticas tornam-nas vulneráveis à sua exploração excessiva.
As redes de arrasto são o instrumento de captura.
As espécies Dipturus laevis, Rostroraja alba e Atlantoraja castelnaui já se encontram em vias de extinção e muitas outras espécies de raias estão a caminhar para esse fim, pelo que a conservação das raias é algo que deve ser tido em conta.
- Salmão (Salmo salar)
Geralmente, o salmão que nos chega à mesa onde comemos é criado através de aquacultura, onde estes ficam incapacitados geneticamente de uma melhor adaptação ao meio. Desta forma, caso escapem das quintas onde são criados e se dirijam até aos locais onde habitam salmões selvagens, vão aumentar a mortalidade de todos os salmões porque ao se cruzarem com salmões selvagens, as crias vão ser geneticamente mais fracas, menos aptas e mais propícias à morte.
Além disso, os salmões alimentam-se de outros peixes, ou seja, são necessários 4 a 5 quilos de outros peixes para alimentar um único salmão em aquacultura.
Os principais produtores de salmão são o Chile, a Noruega e o Reino Unido.
A aquacultura gera ainda problemas humanos. No Chile, são inúmeros os trabalhadores que morrem devido a acidentes na aquacultura e inúmeros os relatos de salários que chegam ao limiar da pobreza.
A nível ambiental também há prejuízos pois é necessário recorrer a produtos químicos na aquacultura, de forma a diminuir a quantidade de bactérias, vírus, fungos e outros organismos patogénicos.
- Solha americana (Hippoglossoides platessoides)
A solha americana é um peixe semelhante ao alabote e ao linguado, achatado e com os olhos e a boca num dos lados. No entanto, mais larga. O seu crescimento é lento pelo que atinge os 40 centímetros aos 10 anos e os 70 centímetros aos 20. Vive entre os 10 e os 3000 metros de profundidade no fundo do oceano Atlântico e do oceano Pacifico. As fêmeas alcançam a maturidade entre os 7 e os 15 anos e os machos entre os 4 e os 7 anos.
É uma espécie vulnerável devido à sua longevidade vital e, por isso, os seus stocks estão sobreexplorados e a sua pesca devia ser proibida segundo estudos científicos.
É uma espécie vulnerável devido à sua longevidade vital e, por isso, os seus stocks estão sobreexplorados e a sua pesca devia ser proibida segundo estudos científicos.
- Tamboris
O tamboril pode ser encontrado até profundidades de 1000 metros. Vive camuflado nos sedimentos do fundo do mar à espera de capturar as presas que surgirem por perto. Os tamboris só atingem a maturidade a partir dos 5 anos de idade (dependendo da espécie), o que é relativamente tarde. É por esta razão que se tornam tão vulneráveis à sua exploração. São capturados com redes de arrasto.
Os stocks de Lophius americanus, Lophius piscatorius, Lophius budegassa estão esgotados nas águas portuguesas e espanholas e no Atlântico Oeste existe uma sobreexploração de tamboris.
Os stocks de Lophius americanus, Lophius piscatorius, Lophius budegassa estão esgotados nas águas portuguesas e espanholas e no Atlântico Oeste existe uma sobreexploração de tamboris.
- Tubarões
Os tubarões são dos maiores predadores marinhos. São animais que possuem um esqueleto cartilaginoso, múltiplas guelras nos dois lados da cabeça e várias fileiras de dentes. São seres com um crescimento lento e demoram a atingir a maturidade. Aliás, os tubarões têm pouca descendência, o que os torna bastante ameaçados à escala mundial.
São capturados, para consumo ou por acidente, por palangre ou redes de arrasto.
Exemplos de tubarões ameaçados são o cação (Galeorhinus galeus), o tubarão anequim (Isurus oxyrinchus), a tintureira (Prionace glauca) e o cação galhudo ou melga (Squalus acanthias).
Atendendo a esta lista, devemos considerar e tomar algumas medidas que contribuam para uma maior sustentabilidade da vida marinha, começando pelos pescadores que deveriam adotar práticas mais eficazes na captura de determinada qualidade de peixe, os distribuidores que deveriam disponibilizar apenas produtos do mar que tenham sido obtidos de forma sustentável e aos consumidores que deveriam estar mais conscientes desta realidade e desta lista.
São capturados, para consumo ou por acidente, por palangre ou redes de arrasto.
Exemplos de tubarões ameaçados são o cação (Galeorhinus galeus), o tubarão anequim (Isurus oxyrinchus), a tintureira (Prionace glauca) e o cação galhudo ou melga (Squalus acanthias).
Atendendo a esta lista, devemos considerar e tomar algumas medidas que contribuam para uma maior sustentabilidade da vida marinha, começando pelos pescadores que deveriam adotar práticas mais eficazes na captura de determinada qualidade de peixe, os distribuidores que deveriam disponibilizar apenas produtos do mar que tenham sido obtidos de forma sustentável e aos consumidores que deveriam estar mais conscientes desta realidade e desta lista.
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