Esta é a altura em que as praias portuguesas estão cheias de banhistas e pescadores. Como tal, decidi fazer esta publicação sobre uma espécie que habita no substrato rochoso das praias de Portugal e que tem vindo a ser fortemente ameaçada: o ouriço-do-mar.
"A procura por este animal tem vindo a aumentar de forma muito significativa.", segundo a Green Savers. As gónadas das fêmeas do ouriço-do-mar, ou seja, as ovas, são muito apreciadas na gastronomia, sendo mesmo consideradas um produto gourmet que pode exceder os 58€ por quilo, pelo que este invertebrado marinho é muito procurado. "Apanham-se por cá, mas vão quase todos para Espanha. A excepção é a Ericeira, onde há a tradição de comer ouriços-do-mar, ou melhor, as suas "ovas".", como diz uma publicação de 2 de setembro de 2017 no Público.
"É debaixo da carapaça espinhosa dos ouriços-do-mar que encontramos a sua parte comestível, que não são mais do que os seus órgãos reprodutores (ovários). Referimo-nos, concretamente, às cinco "línguas" deste invertebrado marinho que representam apenas 20% do seu corpo." (Público).
Nos últimos anos, vários estudos têm revelado que esta procura comercial excessiva está a provocar "uma acentuada redução da população de ouriços-do-mar nas praias portuguesas" (Green Savers).
A apanha ilegal da espécie é, também, um factor de risco! No final do ano passado foram apreendidos 124 kg de ouriços-do-mar em Viana do Castelo e 100 kg em Caminha. "Sendo uma iguaria muito procurada no mercado espanhol, os ouriços-do-mar têm um valor comercial considerável, sendo vendidos pelos apanhadores a quatro euros o quilo", adiantou o comando local da Polícia Marítima de Viana do Castelo. "A primeira quantidade apreendida traduz-se num valor, na primeira venda no mercado, de 496 euros.".
Em vez de olhos, os ouriços-do-mar (à semelhança das estrelas-do-mar) possuem células sensíveis à luz espalhadas por todo o corpo. Quando há alterações na luz, estes seres escondem-se nas rochas, algas ou conchas. Ainda que tenham pés ambulacrários (pequenos túbulos com ventosas) e o corpo coberto de espinhos (é, portanto, um equinoderme), a ausência de olhos torna-se uma entrave pois nem sempre conseguem escapar dos predadores.
Para combater esta situação, é importante uma gestão mais eficaz da apanha e a implementação de medidas de proteção desta espécie, medidas essas que passam por sensibilizar as pessoas para que não apanhem ouriços do mar nas praias e que denunciem qualquer prática ilegal. As coimas para a apanha ilegal da espécie vão de 250 a 50000 euros.
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